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10 descobertas médicas surpreendentes feitas por adolescentes

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Durante o ensino médio, você provavelmente fez algum trabalho de biologia sobre doenças. Talvez um cartaz sobre diabetes, ou uma apresentação sobre os vírus da gripe. Você não deve nem ter tirado dez, apesar do esforço. Daí, você lê sobre esses adolescentes que de alguma forma conseguiram fazer avanços incríveis reais no campo da medicina:

10. Ethan Manuell

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Esse ano, um aluno do oitavo ano de Rochester, Minnesota, nos EUA, chamado Ethan Manuell teve uma ideia para a feira de ciências de sua escola que se provou vantajosa comercialmente para pessoas com deficiência auditiva no mundo todo.
Desde os quatro anos, Ethan usa um aparelho auditivo em sua orelha esquerda. Curioso, ele queria saber como o ar afetava as pilhas de zinco do aparelho. Assim, Ethan pegou alguns brinquedos velhos que usavam o mesmo tipo de bateria e fez uma série de testes, descobrindo que ela durava 85% mais tempo quando era exposta ao ar durante cinco minutos.

Normalmente, é preciso remover um adesivo para conectar a bateria ao aparelho auditivo. A maioria das pessoas faz a troca rapidamente, ao invés de deixar a bateria respirar por um tempo antes de conectá-la.
A vida útil maior da bateria poderia dar às pessoas que usam aparelhos auditivos um ou dois dias extras de uso, economizando uma média de US$ 70 (cerca de R$ 270, no câmbio atual) por ano.
Ethan levou para casa o prêmio máximo da feira de ciências. Além disso, profissionais médicos passaram a ensinar aos seus pacientes a chamada “regra dos cinco minutos”.

9. Tony Hansberry

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Muitos meninos de 14 anos nem sabem o que é uma histerectomia. Já Tony Hansberry, da mesma idade, desenvolveu uma maneira nova, mais rápida e mais segura de suturar pacientes após o procedimento de retirada do útero.
Tony, que frequentou uma escola especializada em saúde e medicina, disse que teve a ideia durante um estágio em um hospital no verão de 2008, como parte de um programa do Centro de Simulação de Educação e Investigação de Segurança da Universidade da Flórida, nos EUA.
Para fechar o corte após a cirurgia, os médicos costumam utilizar um tipo de ponto horizontal. O garoto descobriu que o mesmo tipo de ponto, se feito verticalmente, tornaria mais fácil o fechamento, acelerando o tempo da sutura. Sua técnica agora é usada por vários ginecologistas.
Tony quer estudar engenharia biomédica e se tornar um neurocirurgião.

8. Suman Mulumudi

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Em uma noite qualquer, durante um jantar na casa de Suman Mulumudi em Seattle, nos EUA, seu pai, um cardiologista, se queixou de que seu estetoscópio não funcionava tão bem quanto ele gostaria. Quando havia um batimento cardíaco fraco, ele tinha que pedir um ecocardiograma para o paciente, um exame que leva tempo e é bastante caro. Com 15 anos, Mulumudi teve uma ideia para ajudar seu pai.
Usando uma impressora 3D, ele criou um dispositivo para anexar a um smartphone e desenvolveu um aplicativo chamado “Steth IO”. O produto acabou por ser melhor do que um estetoscópio por dois motivos: soava melhor, e possuía também um gráfico visual do som.
Essa não foi a última invenção médica de Mulumudi. Ele também ajudou a melhorar a qualidade de angioplastias, procedimentos que limpam artérias bloqueadas ou estreitadas. Durante a angioplastia, insere-se um stent no paciente. Essa tarefa é difícil, porque os médicos têm de estimar o quão grande as lesões arteriais são a fim de evitar repetidas viagens para o hospital para corrigir o problema.
Para medir melhor essas lesões, Mulumudi desenvolveu o “LesionSizer”, outro dispositivo que fez usando uma impressora 3D. Ele pode ser usado pelos médicos sem alteração de técnica cirúrgica.
Mulumudi agora estuda na prestigiosa Escola Privada Lakeside em Seattle. Graduados famosos da escola incluem Bill Gates e Paul Allen.

7. Elana Simon

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Quando criança, Elana Simon, de Nova York, nos EUA, tinha dores de estômago horríveis. Ela visitou uma série de especialistas, mas ninguém tinha certeza do que estava errado com ela. Finalmente, aos 12 anos, Elana foi diagnosticada com carcinoma hepatocelular fibrolamelar, uma forma rara de câncer de fígado.
Elana sobreviveu, mas foi uma das sortudas. Apenas 32% das pessoas que são diagnosticadas com esse tipo de câncer sobrevivem após cinco anos. Um dos principais problemas com a doença é que, no momento em que é diagnosticada, o câncer geralmente já se espalhou. A investigação para um tratamento eficaz também tem sido bastante limitada, devido à sua raridade. Apenas cerca de 60 casos são identificados a cada ano nos Estados Unidos.
Em 2013, quando Elana tinha 18 anos, teve uma ideia durante um estágio de sequenciar geneticamente as células do carcinoma para encontrar a mutação que o causa. Trabalhando com seu cirurgião, ela recolheu 15 amostras de outras pessoas que também sofriam desse câncer e descobriu que todas possuíam a mesma quimera – dois genes que se conectam e criam uma única proteína. Mais pesquisas precisam ser feitas para ver se a quimera é realmente responsável pelo câncer, mas a descoberta é promissora.
Em fevereiro de 2014, um artigo com coautoria de Elana Simon foi publicado na prestigiosa revista Science. Ela também se encontrou com o presidente Obama e atualmente está estudando ciências da computação na Universidade de Harvard.

6. Jack Andraka

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O câncer de pâncreas tem uma das maiores taxas de mortalidade entre todos os tipos, porque se espalha rapidamente. Não ajuda o diagnóstico precoce o fato das amostras terem de ser enviadas para um laboratório, o que pode demorar, além do método de teste ter mais de 60 anos e não ser muito confiável. Isso incomodou Jack Andraka, garoto de 14 anos de Baltimore, Maryland, nos EUA, que perdeu um amigo próximo da família para a doença.
Ele começou a pesquisar na internet informações sobre os biomarcadores do câncer e formulou um plano para um teste de diagnóstico melhor, enviando mais de 200 propostas contendo seu método, orçamento e cronograma para pesquisadores ao redor da América. Ele recebeu 199 cartas de rejeição, algumas com intensas críticas a sua ideia.
Porém, o Dr. Anirban Maitra, chefe de pesquisa do câncer de pâncreas na Universidade do Texas em Houston, concordou em ajudar Andraka. Durante os próximos sete meses, depois da escola e nos fins de semana, eles desenvolveram juntos um teste que detecta níveis anormalmente elevados de mesotelina, uma proteína que o corpo produz nas primeiras e mais tratáveis fases de câncer de pâncreas.
Andraka afirma que seu teste pode ser feito em cinco minutos, é muito mais preciso do que o tradicional, e custa muito menos. Além do câncer de pâncreas, também deve ajudar na detecção precoce dos cânceres de ovário, mama e pulmão.
Após a descoberta se tornar pública em 2012, quando Andraka tinha 15 anos, ele foi convidado para um discurso pela primeira-dama Michelle Obama. Também ganhou o prêmio Smithsonian American Ingenuity Award, que vale US$ 100.000. Seu teste está atualmente em ensaio pré-clínico, e Andraka começou a frequentar a Universidade de Stanford este ano.

5. Brittany Wenger

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Quando Brittany Wenger de Sarasota, no estado americano da Flórida, estava na sétima série, se apaixonou por ciência da computação. Um aspecto que chamou sua atenção foi inteligência artificial. Outro momento crucial na vida de Brittany aconteceu na 10ª série, quando sua prima foi diagnosticada com câncer de mama. Foi nessa época que ela soube que uma em cada oito mulheres são diagnosticadas com esse câncer em suas vidas. Brittany estava trabalhando em um sistema de inteligência artificial que podia jogar futebol na época, mas mudou de ideia e decidiu inventar um sistema de inteligência artificial que poderia diagnosticar câncer de mama.
Brittany descobriu que a forma menos invasiva, mais barata e mais rápida de diagnosticar a doença era com um teste chamado de punção aspirativa por agulha fina (PAAF). O problema é que ele não é muito preciso, por isso, os médicos não o utilizam com frequência.
Para tornar o PAAF mais eficaz, a garota projetou um programa chamado “Cloud4Cancer” que processa amostras e procura padrões complexos demais para os seres humanos detectarem. Seu programa é 99,1% sensível para malignidade, aumentando drasticamente a confiabilidade do PAAF.
Britannt venceu a Feira de Ciências do Google em 2012 e foi convidada para visitar a Casa Branca e conhecer o presidente Obama. Ela pretende cursar a Universidade de Duke e se tornar uma oncologista pediátrica e pesquisadora.

4. Serena Fasano

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Em países do terceiro mundo, diarreia causada por E. coli é um problema devastador. Em média, seis milhões de pessoas morrem disso a cada ano, a maioria com menos de dois anos.
Serena Fasano, aos 13 anos, não sabia de nada disso. Em sua casa em Maryland, nos EUA, ela estava lendo a lista de ingredientes na embalagem do iogurte que comia quando se deparou com um chamado Lactobacillus, uma espécie de bactérias. Foi assim que ela teve uma ideia de experimento para feira de ciências da sua escola. Ela usou amostras de E. coli que seu pai, que trabalhava no Centro de Pesquisa de Biologia da Universidade de Maryland, lhe deu e misturou essas amostras com iogurte. As que continham mais iogurte tinham a menor quantidade de E. coli.
O projeto lhe rendeu o prêmio máximo, mas isso foi apenas o começo. Nos próximos três anos, Serena trabalhou ao lado de um médico na Faculdade de Medicina de Maryland para tentar descobrir o que exatamente no iogurte matou o E. coli.
A garota foi capaz de quebrar uma substância no Lactobacillus em cinco componentes, incluindo uma proteína desconhecida que parecia causar o maior dano para a E. coli. Em fevereiro de 2006, foi premiada com uma patente sobre a proteína.

3. Joe Landolina

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Nos Estados Unidos, a principal causa de morte em pessoas com idade inferior a 45 anos é trauma. Uma das principais razões para essa mortalidade alta é que órgãos internos podem ser dilacerados. Se houver uma lesão interna, é difícil parar o sangramento – torniquetes ou aplicação de pressão não podem ser utilizados em órgãos danificados.
A fim de resolver o problema, Joe Landolina, 17 anos, entrou em uma competição em 2011 na Universidade de Nova York. Ele era o único calouro, contra doutorandos e candidatos de MBA. Sua ideia era desenvolver um tipo de gel orgânico para selar feridas – e ganhou o concurso.
Ao longo dos próximos três anos, Joe trabalhou em um gel à base de plantas que congela quando é aplicado em sangue ou tecido. Seu produto, chamado VetiGel, pode fechar uma ferida interna ou externa em 20 segundos ou menos e é atualmente aprovado pela Administração de Drogas e Alimentos americana para uso em animais. Segundo Joe, pode ser aprovado para uso em seres humanos ano que vem.

2. Eric Chen

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Pode não parecer, mas a gripe tem o potencial de ser mortal. O vírus influenza é particularmente letal, além de ser possível que uma mutação cause uma praga a qualquer momento. Essa constatação ocorreu a Eric Chen em 2009, quando ele tinha apenas 13 anos.
Morando em San Diego, nos EUA, Eric desenvolveu um programa de computador para ajudá-lo a estudar os dados biológicos da gripe. O garoto estava à procura de inibidores de uma proteína chamada “endonuclease influenza” que a torna contagiosa. Identificar e atacar estes inibidores mataria o vírus – se a gripe não é contagiosa, não é eficaz.
Eric foi capaz de reduzir gradualmente meio milhão de possíveis inibidores para apenas seis. Ele espera que antivirais sejam desenvolvidos com base em sua pesquisa para tratar, curar e até mesmo prevenir surtos.
Em 2013, aos 17 anos, Eric apresentou suas descobertas e venceu a Feira de Ciências do Google, um concurso de talento em ciências da Intel, e uma competição da Siemens em matemática, ciência e tecnologia. Ele está atualmente frequentando a Universidade de Harvard.

1. Angela Zhang

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Quando Angela Zhang entrou no ensino médio em Cupertino, Califórnia, nos EUA, começou a ler artigos de pesquisa sobre bioengenharia. No segundo ano, foi autorizada a trabalhar em um laboratório na Universidade de Stanford. Lá, começou sua própria investigação com uma meta ousada: curar o câncer. No último ano de escola, Angela já tinha escrito seu próprio trabalho de pesquisa.
Sua ideia era utilizar polímeros ligados a nanopartículas, que seriam injetadas no corpo do paciente para se conectarem às células cancerosas. Então, quando o paciente fosse submetido a uma ressonância magnética, os médicos veriam exatamente onde os tumores estavam. O próximo passo seria derreter o polímero para liberar o medicamento no local certo onde ele é necessário, matando somente as células cancerosas, sem afetar as saudáveis.
De acordo com testes em ratos, os tumores quase desapareceram completamente usando essa técnica. Em 2011, Angela ganhou o prêmio principal na competição Siemens em matemática, ciência e tecnologia e, em fevereiro de 2012, com 17 anos, apresentou suas ideias para o presidente Barack Obama.
Atualmente, está estudando engenharia biomédica na Universidade de Harvard e passa seus verões em Stanford, onde continua a pesquisar sua teoria contra o câncer. 

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